segunda-feira, 11 de julho de 2011

SE O INÍCIO FOSSE O FIM

Começo pelo que há de mais certo:o Ùltimo Adeus.


O ÚLTIMO ADEUS[1]
 

Quando o último adeus vier,

Vestirei branco e estarei perfumada com jasmins.

Entoarei valsas alegres

Com o coro dos querubins,

Para dar passagem à procissão de borboletas multicoloridas,

Que enfeitarão a minha janela.

Quando o último adeus vier,

Depositarei algumas lágrimas no fundo do mar,

Para deixar comprovada a minha passagem

E farei despedidas sem muito alarde,

Beijando docemente a fronte

Dos amores terrenos.

Quando o último adeus vier,

não quererei mais o cansaço do mundo,

Pesando nos ombros como um gigante.

Dispensarei os gestos de consolo

E seguirei flutuando

Tal qual alma displicente.







[1] Classificada dentre as vencedoras do III Prêmio Literário Canon de Poesia 2010