O ÚLTIMO ADEUS[1]
Quando o último adeus vier,
Vestirei branco e estarei perfumada com jasmins.
Entoarei valsas alegres
Com o coro dos querubins,
Para dar passagem à procissão de borboletas multicoloridas,
Que enfeitarão a minha janela.
Quando o último adeus vier,
Depositarei algumas lágrimas no fundo do mar,
Para deixar comprovada a minha passagem
E farei despedidas sem muito alarde,
Beijando docemente a fronte
Dos amores terrenos.
Quando o último adeus vier,
não quererei mais o cansaço do mundo,
Pesando nos ombros como um gigante.
Dispensarei os gestos de consolo
E seguirei flutuando
Tal qual alma displicente.